Análise: Contrato de TV evolui, mas caminhada ainda é longa

Não deve ser dessa vez que o monopólio dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro será quebrado. O acirramento da concorrência, porém, com a entrada do Grupo Turner na disputa pela exibição na TV fechada, fez com que o modelo anterior esteja próximo de ser abandonado.

Desde 2010, com a implosão do Clube dos 13, Corinthians e Flamengo, clubes de maior torcida, têm sido privilegiados na distribuição da verba de TV. É a chamada “espanholização” do futebol brasileiro, lembrando o modelo que deixou Barcelona e Real Madrid absolutamente hegemônicos na Espanha, embora tal domínio ainda não se reflita no Brasileirão.

Para convencer os clubes após proposta bilionária do Grupo Turner, dono da Esporte Interativo, a Globo propôs a divisão 40% igualitária aos 20 clubes da elite, 30% por audiência e 30% por mérito esportivo (colocação no torneio). O modelo é inspirado na Premier League, hoje a mais rentável liga nacional de futebol do mundo, que negocia contratos conjuntos e divide sua verba em 50%-25%-25%.

A Premier League, por sua vez, é inspirada na NFL, que distribui igualitariamente entre as 32 franquias que a compõem. Isso mesmo, o campeão Denver Broncos ganha a mesma fatia que o Cleveland Browns, dono da pior campanha da última temporada, com só três vitórias. A NBA segue princípio semelhante.

Esse tipo de estratégia favorece o aparecimento de surpresas como o Leicester, que aos 132 anos tem chances reais de ganhar o primeiro título. Seriam bons ensinamentos para o Brasileirão.

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