Análise: Copa América precisa ambicionar mais

Coincidência ou não, a Eurocopa-2016 e a Copa América-2015 lançaram quase simultaneamente suas mascotes. Os nomes da raposa chilena e do garotinho francês serão escolhidos através de votação do público e anunciados no final de novembro.

A semelhança entre as duas competições para por aí. Enquanto qualquer internauta (eu já votei no Goalix) pode participar da eleição para a mascote da Eurocopa, só os chilenos terão o privilégio de escolher o símbolo da próxima Copa América.

Não bastasse isso, os votos da Copa América são contabilizados por mensagem de texto (o torneio já ouviu falar em WhatsApp?), onerando o torcedor. A estratégia europeia, por sua vez, é conquistar um alcance global com a iniciativa de não conceder o privilégio de votação só aos franceses, que terão um ano a mais para exposição de sua mascote na mídia. 

A expectativa dos organizadores da competição sul-americana é arrecadar US$ 200 milhões (R$ 520 milhões), sendo 60% desse valor com direitos de TV e 40% através da venda de 10 cotas de patrocínio. Não foram estimados os ganhos com viajantes e bilheteria.

Já a Eurocopa estima faturamento mais de dez vezes maior. Segundo divulgado pela Uefa, o torneio deve gerar € 1,9 bilhão (R$ 6,17 bilhões), distribuídos entre direitos de TV (€ 1 bilhão), patrocinadores (€ 400 milhões) e turismo e venda de ingressos (€ 500 milhões).

Se atingir os níveis europeus é impossível, a América do Sul pode aprender algumas lições com a chamada “Copa do Mundo sem Brasil e Argentina”. Com astros como Messi, Neymar e Suárez, o torneio sul-americano precisa ter mais ambição de atingir o público planetário. Abrir a votação da mascote para todo o mundo já seria um passo.

Sair da versão mobile