Fui um dos críticos mais ferrenhos da campanha “Imagina”, feita pela Brahma ainda em 2013 para falar da Copa do Mundo. O cenário, naquela época, era o mais sombrio possível.
Não tínhamos certeza sobre nossa capacidade de abrigar a Copa e, mais ainda, se tudo ficaria pronto. A frase “pessimistas de plantão, pensem bem” era o convite à falta de análise crítica e de ode ao oba-oba (imaginar a festa era a mensagem, afinal).
A Brahma comprou, muito antes de a Copa ser uma realidade, a briga de que haveria a competição. Foi um risco gigantesco que a marca tomou para si e que, no final, deu certo.
Agora, na semana em que celebramos a regressiva de 500 dias para a abertura das Olimpíadas, começam a pipocar diversas pequenas ações dos patrocinadores do evento. A ideia, claro, é começar a colocar na pauta das pessoas o tema olímpico.
Ainda temos um país em estado de ebulição política. Estamos num cenário nada favorável a se vender a festa de um evento do porte de uma Olimpíada. Por isso mesmo, o governo precisa ignorar o tema e não fazer alarde sobre a próxima festa esportiva que vamos proporcionar.
Cabe às marcas e ao comitê organizador fazerem o aquecimento do Rio-2016 para engajar as pessoas.
A Olimpíada representa uma gigantesca oportunidade no Brasil. Não temos uma cultura poliesportiva. O evento é a chance para criá-la.
As marcas preocupadas em falar do Rio-2016 a 500 dias do seu iní- cio mostra que percebemos, com a Copa, que é preciso pensar minimamente num longo prazo se quiser ter benefícios com um megaevento.