Análise: Corinthians erra ao supervalorizar McDonald’s em ação

O Corinthians entrou em campo, no último domingo, com meias brancas e vermelhas. A iniciativa aconteceu por uma parceria com o McDonald’s para divulgar a ação social da empresa chamada McDia Feliz. Evidentemente, exaltar uma boa ação nunca é exagero. Mas, dessa vez, o clube errou no tom da campanha.

Primeiramente, porque o uniforme tricolor desagradou parte da torcida. Quanto a essa questão, o diretor de marketing do clube, Marcelo Passos, foi claro em entrevista ao Lance! no último sábado: “É impossível agradar a todos. Mas, desta vez, a causa é nobre”.

O argumento é absolutamente válido quando o clube, por exemplo, abre as portas do Centro de Treinamento para receber as crianças do Instituto McDonald’s. Mas, ao jogar com as meias vermelhas, o que o Corinthians divulgou de fato?

A vestimenta remete diretamente a um dos símbolos da rede americana de fast-food, o Ronald McDonald. De modo que, acima de tudo, quem obteve a exposição foi a empresa, e não o instituto.

E isso em um estádio que ofereceu, paralelamente à partida, serviços do Bob’s aos mais de 40 mil torcedores presentes. O concorrente no ramo de fast-food é uma das marcas utilizadas pela empresa que adquiriu o catering da arena em Itaquera.

Desde 2008, quando Luís Paulo Rosenberg assumiu o marketing corintiano, o clube se envolve em diversas ações beneficentes. Cobre-se, então, o papel de responsabilidade social e engrandece o trabalho de branding do Corinthians.

Passos, corretamente, segue o mesmo caminho. Mas, dessa vez, acabou por fazer uma ação mais comercial do que social. E de graça.  

 

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