O que leva uma empresa a se interessar pelo patrocínio de um time ou uma seleção? A primeira e mais óbvia resposta seria a repercussão por grandes resultados.
Foi mais ou menos o que viveu a seleção espanhola de futebol em seus anos dourados neste início de século XXI. A equipe, conhecida por amarelar em fases decisivas de competições maiores, engatou um bicampeonato da Eurocopa (2008 e 2012), recheado pelo primeiro título da Copa do Mundo, na África do Sul 2010.
Várias empresas se interessaram, então, em associar suas marcas à Fúria. Mesmo o tsunami da crise econômica mundial de 2008, com repercussões fortes na Europa, não passou de uma simples marolinha para a Real Federação Espanhola de Futebol.
Os anos passaram, e os resultados não voltaram a acontecer. O time foi vice-campeão da Copa das Confederações 2013. No ano seguinte, a equipe teve desempenho pior, com a eliminação precoce, ainda na primeira fase da Copa do Mundo. Em 2016, a frustrante eliminação nas quartas de final da Eurocopa.
Mas o esporte oferece mais possibilidades a um patrocinador. Há valores da equipe sempre cobiçados por grandes companhias, independentemente de a bola entrar ou não. Para um time como a Espanha de Vicente Del Bosque, tais atributos pululavam: busca pela excelência, trabalho em equipe, fair play, respeito ao adversário, perseverança, etc.
Toda essa bonita história acabou, sem dúvida, manchada com a prisão de Ángel María Villar, presidente da RFEF. Difícil alguém querer associar sua imagem à de uma entidade cujo presidente está atrás das grades.