Análise: De volta, Del Nero não vê opositores

Assolada por denúncias de corrupção de boa parte de seus principais dirigentes, a Fifa viveu tempos turbulentos que, tudo indica, ainda não foram superados. Prova disso é a volta de Marco Polo Del Nero ao cargo de presidente da CBF.

Acuado após a prisão do amigo e aliado José Maria Marin horas antes de Assembleia Geral da Fifa, Del Nero fugiu às pressas para o Brasil. Mesmo ocupando um cargo de representatividade internacional, o dirigente passou a evitar os aeroportos tal como o diabo da cruz.

 

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No final do ano passado, após ser formalmente acusado de corrupção pelo Comitê de Ética da Fifa, Del Nero resolveu se licenciar do cargo em duas prestações. Uma de 30 e outra de 90 dias.

No mês passado, Gianni Infantino, presidente eleito da Fifa, enviou documentação à Justiça dos EUA cobrando uma quantia quase bilionária de dinheiro que teria sido desviado da entidade por causa da corrupção de dirigentes. A Del Nero sobrou um papagaio de mais de R$ 6 milhões.

Diante desse quadro avesso, Del Nero se mantinha no confortável cargo de “eminência parda” da direção da CBF. Poucos imaginariam um retorno imediato. De volta à vitrine do cargo, ele terá os holofotes sobre sua figura. E terá que mostrar resistência no papel de vidraça.

Assolado por denúncias, Del Nero carece de legitimidade para ocupar um cargo tão importante no sistema esportivo brasileiro. Mas em seus meses de ausência não houve nenhuma articulação efetiva de opositores, nem foi criada uma alternativa de poder. Triste quadro no país do 7 a 1. 

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