A Conmebol tomou uma decisão para tentar profissionalizar as Eliminatórias para a Copa do Mundo que, literalmente, pune o país que mais avanços teve na gestão esportiva do continente sul-americano.
Pelo novo regulamento das Eliminatórias, cada país só pode determinar duas cidades aptas a abrigar os jogos do time na competição. Os locais devem abrigar aeroportos internacionais e mais uma série de outros pequenos detalhes. A ideia, com isso, é evitar partidas em cidades que exigem grande deslocamento dos times, como ocorre na Venezuela, ou jogos em estádios acanhados.
A medida, porém, cria um problema para o Brasil. Único com dimensões continentais na América do Sul, o país terá de escolher apenas duas cidades para abrigar nove jogos das Eliminatórias para 2018.
Com a medida, a Conmebol joga fora uma das melhores condições que haveria no Brasil no pós-Copa, que era a disponibilidade de pelo menos 12 estádios com padronização da Fifa para a seleção jogar. Em vez de criar um padrão mínimo de exigência para os estádios e cidades que abrigam as partidas das Eliminatórias, a Conmebol faz o processo contrário. Nivela por baixo a competição, impedindo que os países que possuam mais de duas boas opções de cidades-sedes possam escolher onde querem fazer os jogos.
O episódio é mais um a escancarar o abismo que existe hoje na gestão do futebol sul-americano em relação ao que acontece na Europa. Em vez de trabalhar para elevar o padrão local do futebol, a Conmebol se esforça para manter o nível lá embaixo.