A crise do Franca é um reflexo da situação por que passa o basquete brasileiro. Em sua sétima edição, era de se esperar que o Novo Basquete Brasil vivesse um momento melhor. Afinal, é a única liga comandada pelos clubes no país, causando inveja e admiração até entre cartolas de modalidades mais populares, como vôlei e futebol.
Na prática, o voo solo dos clubes ainda não viaja em céu de brigadeiro. Após se consolidar no calendário esportivo do país, o NBB não tem muitos motivos para comemorar. A liga ostenta apenas contrato de transmissão de TV com Globo e Sportv, além de parceria com a Spalding, como fornecedora de material esportivo. É pouco para quem, há apenas um mês, negociava possível parceria com a NBA.
O Franca, por sua vez, ostenta uma regularidade admirável em uma modalidade marcada por patrocínios oportunistas e fugazes. Nos 61 anos de atividade ininterrupta, o clube viu o aparecimento e fechamento de adversários fortes em nível nacional e regional, como Sírio, Monte Líbano, Rio Claro, Ribeirão Preto, Barueri, Vasco e Corinthians, entre outras equipes.
Também foi um dos polos para revelação de novos jogadores. Anderson Varejão, muito antes de brilhar no Cleveland Cavaliers, despontou fazendo suas enterradas no ginásio do Pedrocão.
Neste período, foram 11 títulos nacionais. Não há clube mais vitorioso no país. Mas toda essa tradição pode ser encerrada caso a diretoria não consiga um patrocinador máster de emergência, capaz de bancar as despesas na atual temporada. Seria uma bola no aro e tanto para um campeonato que ainda busca visibilidade para atrair novos patrocínios.