Análise: Desafio do Maracanã vai além da gestão de arena

O Maracanã tinha tudo para ser o mais rentável estádio do Brasil. A icônica arena é símbolo do Rio de Janeiro e palco de duas finais de Copa do Mundo. Deveria ser o principal local de jogo de pelo menos dois times da Série A e a principal casa de qualquer grande evento realizado na cidade.

Mas nada disso aconteceu, e o Maracanã se tornou o mais improvável elefante branco entre os legados da Copa do Mundo. Hoje, nada o difere de estádios onde não há futebol.

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Isso, claro, tem muita responsabilidade o caos que se tornou a Odebrecht nos últimos anos. Mas, de qualquer maneira, é muito difícil enxergar neste momento o Maracanã como um bom negócio. Ele está longe disso.

Nesta conjuntura, os clubes não têm o Maracanã como uma opção rentável. O Flamengo, inclusive, volta a pensar na construção de sua própria arena. E sem o time, é impossível pensar em um estádio sustentável.

Em São Paulo, há dois bons exemplos. Corinthians e Palmeiras oferecem ótimas oportunidades: estádios modernos, com mínimo de 30 jogos garantidos e com ocupação superior a 50%. Ainda assim, as arenas dos dois times sofrem para atender e entender a demanda do mercado.

Para conseguir vender camarotes, cadeiras e patrocínios, a futura concessionária do Maracanã vai precisar de um plano muito melhor do que deverá ter. Terá que oferecer uma entrega de ‘n’ eventos, e nada menos. Terá que contar com pelo menos um time, que se mostre publicamente parceiro.

Hoje, o mercado ainda se mostra frágil, desconfiado. Qualquer detalhe afasta investidores das arenas. Quem assumir o Maracanã terá a responsabilidade de mudar esse cenário.

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