Análise: Desafio de Nuzman é no Brasil

As ambições de Carlos Arthur Nuzman foram frustradas, pela primeira vez, em âmbito internacional. A derrota do presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil) na eleição para comandar a Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana) é frustrante. Mais ainda por ter sido para o azarão Neven Ilic, do Chile,e não para o dominicano Jose Joaquín Puello, que teria o apoio dos países caribenhos.

Em 2002, Nuzman havia encabeçado a candidatura do Rio ao Pan-Americano de 2007, derrotando a favorita San Antonio. No ano seguinte, abocanhou o comando da Odesur (Organização Desportiva Sul-Americana). Seis anos depois, foi um dos artífices da vitória da capital fluminense na eleição do COI (Comitê Olímpico Internacional) para sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

Durante o processo de preparação para a Olimpíada, Nuzman, afoito por cargos, acumulou, além do comando do COB, a presidência do Comitê Organizador do Rio 2016. Foi a primeira vez na história olímpica que isso ocorreu.

E foi justamente a Olimpíada que iniciou sua derrocada. O abandono do Parque Olímpico é creditado, em parte, à incapacidade do COB de pensar um projeto de legado em conjunto com o Estado.

Não bastasse isso, Nuzman viu todos os patrocinadores abandonarem o comitê após os Jogos, incluindo a Nike, fornecedora de material esportivo. Entre os antigos parceiros, houve quem reclamasse da falta de projeto do Time Brasil para Tóquio 2020.

A derrota na eleição em Punta Del Este ao menos fará com que o dirigente gaste seus esforços para cuidar dos problemas domésticos, que se acumulam. Seria lamentável se o Brasil não aproveitasse o Rio 2016 para subir de patamar no mundo olímpico. É uma vergonha que instalações esportivas sofisticadas estejam caindo na ruína pelo abandono.  

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