Análise: Dunga não pode esquecer o que representa

Em 2010, após a demissão de Dunga, um dos primeiros atos da então direção da CBF foi apresentar o novo técnico, Mano Menezes, aos patrocinadores. Era uma resposta de que ali havia alguém, no mínimo, mais cortês com as diversas frentes do futebol brasileiro.  

O técnico da seleção brasileira tem obrigações que vão além do campo. Para os brasileiros, é ele o principal representante do time nacional, mais do que os craques como Neymar e muito mais do que dirigentes como Marín, presidente da CBF. Para o mundo, é ele quem está a frente do futebol nacional.

Por isso, ele deve sempre rever ações e atos de grosseria que se repetem. Isso não significa perder o jeito altamente competitivo, algo que o faz carismático para boa parte dos torcedores brasileiros. Mas a dosagem entre o espírito aguerrido e o mínimo de educação é necessária para quem ocupa o cargo. Não tem jeito.

Quando Dunga fez o gesto que fez ao argentino no último jogo, foi como se o país inteiro fizesse a mesma referência; foi praticamente uma descompostura diplomática. É esse o poder que o técnico da seleção detém.

Há alguns anos, um patrocinador da seleção revelou à Máquina do Esporte que manter o aporte envolvia dificuldades de imagem. A pessoa em questão se referia aos seguidos escândalos de Ricardo Teixeira.

Com Dunga, parece que a seleção volta a ter mais um grande “porém” entre imprensa, torcedores e patrocinadores. O que, após a arranhada de imagem dos 7 a 1, é realmente lamentável. 

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