Análise: A dura missão de cortar gastos olímpicos

O Comitê Organizador dos Jogos do Rio-2016 cortou custos para não ultrapassar o gasto de R$ 7,4 bilhões com a logística do evento. Nessa conta não entram obras de infraestrutura e gastos com a construção e reforma de arenas.

Durante entrevista coletiva em São Paulo, Mario Andrada, diretor de comunicações do Comitê Organizador, afirmou que a entidade “antecipou a Agenda 2020”. Lançada no final de 2014, a Agenda 2020 é uma tentativa de o COI (Comitê Olímpico Internacional) conter os gastos perdulários com a Olimpíada. Em pauta está evitar despesas exorbitantes como as vivenciadas nos Jogos de Verão de Pequim-2008 (US$ 43 bilhões) e de Inverno de Sochi-2014 (US$ 50 bilhões).

Poucos países do mundo estão dispostos a arcar com essa gastança para bancar arenas sofisticadas de uso limitado após o final da Olimpíada. Esse novo patamar afastou o interesse das potências ocidentais em abrigar os Jogos Olímpicos.

Era necessário agir. Foi nessa direção que Tóquio-2020 se recusou a bancar exorbitantes R$ 8,22 bilhões com o desenho da renomada arquiteta Zaha Hadid para seu estádio olímpico. O novo projeto reduziu esse valor em 40%, o que não chega a ser um grande consolo.

Os atentados de Paris, porém, mudaram essa realidade. A despesa com segurança para Tóquio-2020 subiu para US$ 12,5 bilhões, sextuplicando o orçamento total dos Jogos. Para o Rio esse efeito será mais limitado porque o plano de segurança já foi elaborado. Nem por isso deixa de ser um duro golpe na Agenda 2020. As boas intenções do COI foram bombardeadas pela realidade.

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