Virou lugar-comum dizer que o Brasil é um país sem memória. Quando falamos de esporte, basicamente pensamos em futebol. Nos últimos anos, uma série de livros, programas e documentários tenta resgatar histórias esquecidas em nossos gramados.
No mundo olímpico, esse processo é ainda mais lento. Há quatro anos, a Petrobras lançou o projeto Memória do Esporte Olímpico Brasileiro, financiando vários documentários a cada ano, para trazer à luz histórias esquecidas e exaltar os grandes heróis do país nas quadras, pistas e piscinas.
Novo passo nesta direção foi dado com o lançamento ontem, em São Paulo, do livro “Atletas Olímpicos Brasileiros” (Editora do Sesi), da professora Katia Rubio, da Escola de Educação Física da USP, que se ocupou do tema nos últimos 15 anos.
Em suas 648 páginas, o livro conta a história dos quase 1.800 atletas que defenderam o Brasil em ao menos uma edição das Olimpíadas. Todos os esportistas foram entrevistados. Os que já tinham morrido, tiveram suas memórias resgatadas por familiares. Sem dúvida, servirá de base para vários novos projetos relacionados ao tema, sejam impressos ou audiovisuais.
O curioso foi a presença do presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Carlos Arthur Nuzman, no evento. Em 2010, a entidade presidida pelo dirigente notificou a autora por uso indevido do termo “olímpico” no título de um de seus livros e de aros estilizados na capa. Ameaçou processá-la, o que felizmente não aconteceu. Agora, com um trabalho de fôlego publicado, houve a reaproximação.