Análise: Entidades precisam rever custos de estádios em megaeventos

Apesar de sinalizarem com políticas de redução de custos dos megaeventos esportivos, nem Fifa nem COI (Comitê Olímpico Internacional) ainda tomaram medidas efetivas para baratear os preços estratosféricos das arenas.

A Fifa fez vistas grossas aos gastos feitos pelo Brasil, a maior parte através de dinheiro público, para a construção e reforma de 12 arenas utilizadas na última Copa do Mundo. Em valores atualizados, o país gastou R$ 8,85 bilhões.

O COI, por sua vez, lançou uma nova agenda buscando cortar custos e tornar a Olimpíada um evento menos dispendiosos. A medida foi tomada após gastos perdulários nos Jogos de Verão de Pequim-2008 (US$ 43 bilhões) e Olimpíada de Inverno de Sochi-2014 (US$ 50 bilhões).

A nova diretiva, porém, chegou muito tarde para cortar custos dos Jogos do Rio, no ano que vem. No entanto, atingiu a Olimpíada de Tóquio-2020. Tanto é que, após diversos cortes e o reaproveitamento de instalações esportivas já existentes, os japoneses pretendem gastar US$ 4,5 bilhões.

A questão do estádio Olímpico, porém, não foi atingida. O Comitê Organizador do Japão já divulgou um investimento de cerca de R$ 5,5 bilhões para a construção de uma nova arena, já que o antigo estádio Nacional, utilizado nos Jogos de 1964, não satisfazia mais às necessidades modernas, e já foi até demolido.

É muito difícil justificar esse gasto exorbitante em tempos em que a questão dos custos passou a ser essencial na agenda olímpica. COI, federações internacionais e Comitês Organizadores precisam reexaminar as necessidades de sua principal arena. Sob o risco de que sediar os Jogos Olímpicos continuem sendo uma aventura possível para poucos países.

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