A CBF optou por fazer a sua própria transmissão de jogos da seleção brasileira, certamente no anseio de receber pela publicidade mais do que receberia pela venda de direito de transmissão. Financeiramente, a estratégia pode até dar certo, mas há uma vantagem em ter partidas na Globo que a entidade não conseguirá reverter.
Mesmo com o crescimento de outras emissoras e com a popularização das novas mídias, ninguém no Brasil consegue entregar como a Globo. Há, no canal, o maior alcance, o melhor know-how de transmissão e, com sobra, as melhores audiências.
E, sem uma entrega tão poderosa, outros ativos da CBF tendem a cair. Sem a Globo, há menos público e menos interesse de patrocinadores na associação ao time nacional. Por isso, a conta jamais é simples; não basta colocar na balança o valor recebido em publicidade com o valor recebido em direitos de transmissão.
Essa discussão esteve em evidência em 2011, quando implodiu o Clube dos 13. Parte dos clubes defendia que, para que o Campeonato Brasileiro passasse para a Record, a emissora deveria apresentar um ágio na proposta em relação à Globo. Basicamente, era entendido que deveria ter uma porcentagem mínima entre os valores que fizesse valer a mudança de canal.
E a requisição era absolutamente razoável. Sair da Globo representaria ter consideravelmente menos audiência, tanto em transmissões de partidas quanto em programas jornalísticos. Seria uma vultosa perda de visibilidade. Um Brasileirão fora da emissora deveria envolver valores que compensassem o declínio de patrocinadores e público. Algo que, certamente, a CBF deve se preocupar com os amistosos.