Análise: Erros do passado não podem minar “novidade” na TV

A prometida inovação que o Esporte Interativo traria ao mercado na relação entre clubes e televisão parece ter caído por terra antes mesmo de começar a transmissão dividida do Brasileirão.

A revelação de um acordo extra do Esporte Interativo com o Palmeiras, que serviu para justificar um valor maior a ser pago ao clube paulista em detrimento dos outros 15 que resolveram arriscar e assinar com a emissora, é a típica ação que reforça os velhos hábitos nocivos na relação entre a mídia e os clubes brasileiros.

“Chegou a Hora” foi o inteligente mote usado pelo Esporte Interativo ao anunciar o pacote de clubes que estavam, em tese, acabando com o passado de monopólio e falta de diálogo.

O problema é que, se promete ser novo e diferente nas ações, o EI, nos bastidores, caiu nos mesmos erros que ele mesmo condena da Globo. 

Ao assinar com os clubes, o canal do grupo Turner prometia a isonomia na relação entre seus contratados. A ideia de dividir o bolo da TV de forma mais igualitária era um pedido de 30 anos atrás, mas que teimava em não existir por conta de uma relação de ultradependência dos clubes da Globo e da incapacidade de negociação em bloco.

O mercado se alvoroçou. Dois anos depois, a história parece não ser essa. 

O Palmeiras assinou um contrato extra de exibição de jogos amistosos por R$ 60 milhões. Nos últimos seis anos, o clube fez no máximo 15 amistosos. Nem o Real Madrid consegue vender um amistoso por esse valor!

O EI forçou a Globo a mudar a divisão dos valores a serem pagos aos clubes. Esse é o maior benefício de todo o enrosco dos direitos de TV. Mas o canal repete os mesmos erros que levaram a esse nosso modelo ultrapassado.

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