Análise: Escolha técnica no Esporte pode ser só chuva de verão

É importante, para quem trabalha com esporte, entender o que pensa o ministro responsável pela área. Por isso, foi motivo de alento, e alerta, a entrevista que fizemos com Ricardo Leyser, novo ministro do Esporte.

Leyser é, pela primeira vez em 13 anos de existência do Ministério, o nome mais técnico escolhido para cuidar da pasta. Afinal, Leyser já está há 13 anos dentro do Ministério, tendo sido participante de todo o processo de escolha do Rio como sede dos Jogos Olímpicos desde a criação da candidatura brasileira.

Por isso mesmo, é ótimo ver que Leyser sabe que os secretários responsáveis por setores fundamentais do Ministério precisam ter conhecimento técnico para estarem lá. 

Mas tudo isso pode ser uma espécie de “chuva de verão” se a turbulência política ejetar a presidente da República do cargo antes de 2018.

Para piorar, em meio à realização dos Jogos Olímpicos, naturalmente as atenções estarão no evento. Não conseguiremos ter mudanças significativas e necessárias em outras áreas fundamentais para disseminar a prática do esporte no país.

Por mais técnicos na chefia do Ministério, é impossível acreditar que teremos um ambiente que permita à pasta, pela primeira vez chefiada por alguém que entende muito de esporte, ter tempo para mudanças.

A escolha de alguém “do meio” para chefiar qualquer Ministério deveria ser premissa básica para a condução da política no país. A crise política fez com que o Esporte tivesse essa oportunidade. Mas a própria crise pode fazer com que tudo não passe de um sonho efêmero.

 

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