Aparentemente, o mundo das apostas voltou com tudo no esporte após o anúncio do acordo do Barcelona com a Betfair. Na segunda metade dos anos 2000, esse tipo de empresa já havia ficado famoso estampando seus logos em algumas das principais camisas europeias. Foi o caso, por exemplo de Juventus (Betclic), Real Madrid e Milan (Bwin).
Em 2005, a liga portuguesa vendeu seu title sponsor para a Bwin. A iniciativa acabou sendo abortada três anos depois, quando um tribunal europeu vetou a exposição.
Desde então, as casas de apostas vêm comendo pelas beiradas. Na Premier League, por exemplo, esse setor da economia viu nos clubes menores um grande filão para conquistar visibilidade, já que os principais times, como o Manchester United chegaram a recusar esse tipo de patrocínio. Na próxima temporada, os sites serão patrocinadores máster de nove dos 20 clubes da elite inglesa.
Em janeiro, a presença de uma casa de apostas como patrocinadora do Aberto da Austrália, torneio da série Grand Slam, a principal do calendário do tênis, foi alvo de polêmica. O britânico Andy Murray, vice-líder do ranking mundial, criticou o fato de eventos terem esse tipo de patrocinador, vetado a atletas.
A perigosa aproximação das casas de apostas online com torneios, clubes e atletas cria um conflito de interesses evidente. Caso queira mostrar transparência e realmente defender a imprevisibilidade do jogo, entidades esportivas deveriam banir esse tipo de propaganda, como já fizeram no passado para o cigarro.