Nos anos 70, em meio aos regimes ditatoriais na América do Sul e na África e com todo o cenário da Guerra Fria, o esporte assistiu ao seu maior período de crescimento.
Apoiados nos governos tanto dos Estados Unidos quanto da União Soviética, Comitê Olímpico Internacional e Fifa levantaram a bandeira da união promovida pelo esporte para fazer fortuna levando um discurso de paz em meio a um mundo amplamente dominado pela guerra.
Se, por um lado, esse movimento levou à promoção de Olimpíadas e Copa do Mundo como nunca antes visto, ele gerou um sistema corroído por manipulações e corrupção.
Cerca de 40 anos depois de esse esquema ter sido erguido, o esporte passa a entender a importância, para o seu próprio negócio, de ser mais transparente e correto na condução de suas atitudes. Embora promova o jogo limpo entre os atletas, os cartolas viveram décadas numa bolha.
O escândalo da Fifa ajudou a se criar uma corrente de “limpeza” nas instituições esportivas. Meio ano depois de sete dirigentes saírem algemados de um hotel chique em Zurique, chegou a vez de o atletismo colocar a sujeira para fora do tapete. A revelação do escândalo de doping na Rússia pode ser o início do fim de uma das maiores trapaças que envolve o esporte profissional.
Com cada vez mais dinheiro, sempre proveniente de fontes externas, o esporte não pode brincar de ter a credibilidade arranhada. Seja por movimentos externos (Fifa) ou internos (Iaaf), começa-se a levar a sério a necessidade de o esporte ser mais transparente.
Ainda bem…