Análise: Esporte não pode ser paraíso de aventureiros

“Preocupados com o fluxo de caixa, os clubes enxergam nos novos parceiros a galinha dos ovos de ouro. Mas não se atentam para o detalhe que é vital na relação das marcas esportivas com os clubes: capacidade de entrega.

A Dry Wolrd até hoje não tem operação no Brasil. Vai usar os dois clubes como chamariz para a marca. Dinheiro, aparentemente, existe. O que falta é capacidade de produzir as peças prometidas em contrato e, mais ainda, de fazer o produto ser colocado à venda ao torcedor, razão de ser do clube.”

Esses dois parágrafos faziam parte da coluna escrita em 14 de dezembro de 2015, quando Atlético-MG e Fluminense encaminhavam acerto com a Dry World para substituir Puma e Adidas, respectivamente, como fornecedora de material esportivo do clube.

Não durou um ano a relação entre a marca e os dois times, que diziam, na ocasião, que fariam “o melhor negócio” da história do clube ao fechar o contrato com a novata empresa canadense, sem qualquer história com o futebol e sem operação no Brasil.

O esporte adora se fazer de vítima quando um caso como esse estoura, mas o fato é que ele continua a ser um paraíso para aventureiros. Qual empresa trocaria de fornecedor por um novato e desconhecido do mercado?

É isso que fazem as entidades esportivas, sempre olhando sob a ótica de mais dinheiro, e não de melhor parceiro. A gestão precisa evoluir para o esporte depender menos do fluxo de caixa para não cometer bobagens.

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