Análise: Esporte precisa aceitar correr riscos para gerar bons negócios

Era por volta de setembro quando, num grupo de WhatsApp sobre marketing esportivo, surgiu uma mensagem da Claudia Graner, executiva brasileira que trabalha na Espanha, procurando interessados em trazer o Barcelona Legends, time de ex-jogadores do Barça, para jogar no Brasil.

O projeto de receber um amistoso com a marca do Barcelona parecia ser interessante. Mas quem queria correr o risco de ter de pagar essa conta? E, mais ainda, como fazer acontecer?

Quando, em dezembro, a Claudia anunciou no grupo que a ideia de ter o Barça Legends iria virar realidade já em abril, confesso que duvidei que fosse ser possível, em tão pouco tempo, buscar viabilizar esse jogo.

O resultado será visto amanhã, com o duelo contra a seleção pernambucana inteligentemente montada pelo torcedor local. Mas já dá para sentir que o negócio “pegou”. A montagem do Lounge do Barcelona no shopping Recife é, a meu ver, uma das melhores notícias que envolvem essa partida.

Qual clube brasileiro hoje está preocupado em fazer algo do gênero? De que forma nós temos trabalhado para promover ainda mais os eventos que realizamos? Por que nós insistimos em olhar o esporte só como bola rolando?

Para conseguir atrair o público e dar ao patrocinador uma relação que de fato gere valor, o esporte precisa aceitar correr riscos. Um exemplo recente de como somos avessos a isso é a decisão dos clubes profissionais de não pagarem a conta da implementação do sistema de arbitragem de vídeo.

O efeito prático que o jogo festivo do Barcelona pode mostrar ao país é de que é preciso empreender no esporte para gerar bons negócios. Só assim vamos criar valor a toda a cadeia.

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