Análise: Esporte precisa dar a mão ao consumidor

O esporte precisa mudar os meios de se apresentar para o público. Não faz mais sentido o consumo ser mantido idêntico por 50 anos, quando está mais do que claro que o consumidor mudou, e muito, durante esse tempo. Esse é um erro que o mercado esportivo não pode cometer.

A iniciativa da NBA com a Turner é uma mostra clara de que tem gente preocupada com isso. É uma questão de sobrevivência: por que uma nova geração, que tem interatividade com tudo, se manterá passiva diante de uma televisão, como fazia seus avós? O esporte precisa mudar para não perder seus futuros torcedores.

O streaming aparece como uma boa possibilidade para novos meios de assistir ao esporte e interagir com ele. É uma ferramenta que permite essa personalização, e o torcedor não precisa mais ficar passivo ao conteúdo que aparece na tela.

Esse não é um esforço apenas do esporte, mas do entretenimento de forma geral. Basta vez a aposta da Netflix em criar conteúdo interativo. Quem experimentou o filme “Bandersnatch” sabe que o conteúdo ainda está longe do ideal, mas fica a impressão de que os novos caminhos devem necessariamente ser testados.

Essa interação não precisa ser exatamente como a escolha de câmeras, como acontece com a NBA e a Fórmula 1. Nos últimos dias, a NFL também deu um exemplo de como explorar novas tecnologias. Com a parceria com a Amazon, a liga de futebol americano transformou o sistema de inteligência artificial Alexa em um meio de ensinar o esporte para os menos fanáticos. A entidade, por sinal, deu um claro sinal de acomodação está longe de passar pelos negócios da mais poderosa liga do mundo.

Os dois exemplos mostram como o mundo interativo pode e deve jogar no mesmo time do esporte, sem ferir as tradições dos mais conservadores. O que é impossível é fechar os olhos para as mudanças, algo que serve para qualquer segmento, em qualquer mercado. E poucas áreas foram tão alteradas quanto o consumo de mídia.

Não é uma tarefa simples prever como se comportará o torcedor do futuro próximo e, muito menos, quais serão as ferramentas mais apropriadas para chegar ao lugar em que uma nova geração ficará confortável. Ainda assim, é um pouco desesperador ver o pouco caso que parte do segmento esportivo dá para os próximos passos. Esse é um momento de testes, de explorar as possibilidades que surgem, para aumentar o diálogo com o torcedor. Como faz a NBA neste momento.

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