Análise: Esporte precisa se livrar dos entrantes suspeitos

O mundo do esporte pode ser, facilmente, dividido entre os sérios e os picaretas. Há diversos setores que podem receber tal simplicidade maniqueísta, mas o esporte, com toda paixão que movimenta, aparece como um terreno fértil ao segundo grupo. E isso é um enorme problema. 

Na última semana, uma série de emissoras e ligas esportivas se manifestaram contra o Sportflix, que bradou ter uma ferramenta capaz de transmitir a maior parte dos eventos mundiais. Até existe a possibilidade de a empresa ser séria, mas a primeira abordagem foi terrível. Caso as primeiras impressões se confirmem, é importante o esporte expurgar mais uma iniciativa desse tipo.

A especulação do Sportflix incomodou porque diversos agentes com trabalhos sérios se sentiram prejudicados. Foi o caso da DAZN, por exemplo. A empresa de streaming esportivo, que atua em alguns países da Europa, acabou de investir US$ 600 milhões para ter os direitos da Liga dos Campeões. Investimento que sofre impacto quando alguém se declara concorrente, mesmo sem ter gasto um centavo.

O problema é que aqueles que não são sérios ganham mais espaço do que deveriam, e não é só da mídia. No Brasil, por exemplo, vemos com alguma frequência clubes e entidades que acertaram com empresas e agências com históricos absolutamente desconhecidos. Parceiros que não existiam e que nunca saíram do papel.

São pessoas e companhias que surgem e ganham alguns minutos de luz, seduzidas com toda a atenção que o esporte consegue reunir, mas que não têm nenhum projeto estabelecido. Elas prejudicam e afastam os sérios. O esporte precisa se livrar delas.

Sair da versão mobile