Análise: Esporte subverte a lógica da globalização

A história está hoje no site da Máquina do Esporte. No Chile, a Adidas usou o goleiro Bravo para tirar uma onda do México, derrotado por 7 a 0 nas quartas de final da Copa América, no último sábado.

Assim como já tinha feito com o Brasil usando o peruano Ruidíaz, do famoso gol de mão, a marca alemã fez uma comunicação dirigida a um país específico tirando sarro de uma vitória alcançada por uma equipe que não é patrocinada por ela.

A ação segue exatamente o mantra do mundo corporativo. A marca pode ser global, mas sua atuação deve ser local. No Peru e no Chile, a Adidas fez o seu dever de casa.

Mas qual é o limite dessas ações?

No México, muito provavelmente, a Adidas enfrentará uma crise. O time mexicano sofreu a maior humilhação da sua história. Como pode a Adidas tirar sarro disso? Sim, é uma comunicação voltada para o público chileno. Mas e o orgulho ferido do torcedor mexicano, onde é que fica?

Para piorar, qual é a marca que tem, até 2022, contrato para vestir a seleção mexicana de futebol? Pois é, as três listras que vestem o goleiro chileno Bravo são as mesmas que estão na camisa do time do México.

No universo do esporte, com a paixão lá no alto, é preciso ter muito cuidado com a forma de se comunicar com torcedor. É, a grosso modo, pensar sempre globalmente, mesmo que isso vá contra os princípios de atuação das marcas multinacionais.

O esporte exige, sempre, que se exalte o vencedor, mas sem zombar do perdedor. No México, no Brasil ou no Tibete, o ego ferido do torcedor é um potencial gerador de crise.

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