Análise: Esporte tem que participar da sociedade

Alguns temas antes ignorados pelo esporte passam gradativamente a fazer parte das preocupações das entidades. Foi o caso do Dia da Mulher, em março, que se tornou uma plataforma de boas ações na luta pelo empoderamento feminino.

É o caso agora do Dia Mundial do Orgulho LGBTI, celebrado nesta quarta-feira (dia 28). Pela primeira vez, a data não foi solenemente ignorada pelo esporte. Entidades, clubes, empresas, torcidas, TVs: muita gente pensou boas iniciativas para discutir a questão.

Em um local machista como o futebol, gradativamente as mulheres ocuparam espaço nas arquibancadas. Agora, são os grupos LGBTI que reivindicam o direito de torcer pelo time de coração.

Não é fácil. Os estádios são um ambiente hostil para a comunidade, insultada a cada cobrança de tiro de meta. O grito de “Oooooh, bicha!” foi o legado mais abominável da Copa do Mundo de 2014. Federações, clubes e até algumas torcidas organizadas já abraçaram a causa de extinguir o cântico insultuoso.

Nem que seja por penalizações ao bolso. Recentemente, a CBF foi multada por esses coros em um jogo que deveria ser de festa: a vitória do Brasil sobre o Paraguai que rendeu a classificação antecipada da equipe do técnico Tite à Copa do Mundo da Rússia 2018.

Já há flamenguistas banindo gritos homofóbicos contra a torcida do Fluminense. Iniciativas semelhantes são pensadas por palmeirenses e corintianos em relação aos rivais são-paulinos.

Estamos longe do ideal? Sem dúvida. Há uma longa caminhada para que os estádios sejam de fato um ambiente gay friendly. Mas dá para ser otimista quando os primeiros passos começam a ser dados.

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