Análise: Esportes olímpicos vivem crise de credibilidade

Oito meses após apagada a chama olímpica dos Jogos do Rio 2016, o esporte brasileiro vive um cenário de apocalipse. Há crises e denúncias para todos os gostos. O Parque Olímpico está abandonado. O COB (Comitê Olímpico do Brasil) não se preparou para o pós-evento e atualmente não conta com nenhum patrocinador, incluindo até marca de material esportivo.

Há crise financeira em entidades como tênis e basquete, que também enfrenta uma suspensão internacional imposta por sua federação internacional.

A cerejinha no bolo foi a prisão de dirigentes que comandaram por quase três décadas os esportes aquáticos do Brasil. Já afastado da presidência da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), Coaracy Nunes foi detido juntamente com seu coordenador de polo aquático, Ricardo Cabral. Ricardo de Moura, que comandava a natação, não foi localizado pela Polícia Federal e está foragido.

Por trás da operação da PF, o desvio de mais de R$ 40 milhões. Verba que hoje faz falta à entidade, que viu seu montante obtido via Lei Piva e repasse dos Correios caírem.

Para a gestão das entidades esportivas, era esperado um refluxo nos patrocínios no pós-Olimpíada. Diante dessa situação, o que o esporte poderia oferecer? Credibilidade.

Não é escondendo a sujeira embaixo do tapete que os patrocínios voltarão a aparecer. É necessário expurgar maus dirigentes, prendê-los se necessário, fazer com que devolvam dinheiro desviado.

Também é preciso renovar a gestão. Muitos competidores encerraram suas carreiras no Rio 2016. Várias entidades realizam eleições nos próximos anos. É uma boa oportunidade para se capacitar e assumir esse papel. Devolver as confederações aos atletas pode ser um primeiro passo para resgatar esportes como a natação da lama em que se enfiaram. 

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