Parece caminho sem volta a decisão dos clubes para a construção da casa própria. O movimento que eclodiu na Inglaterra na segunda metade da década passada e no pós-2006 na Alemanha é a nova galinha dos ovos de ouro do mercado de futebol brasileiro.
Os dois países foram os dois que viram a necessidade de melhorar a qualidade do aparato esportivo para então ter um salto na qualidade do produto que exibem ao público. Não por acaso, a Premier League e a Bundesliga foram os torneios que mais se valorizaram nos últimos anos no futebol.
O Brasil, turbinado pelos novos estádios do pós-Copa, entendeu que o caminho da casa própria é fundamental para aumentar a receita do time e, assim, também aumentar o fôlego de investimento no essencial, que é o pé-de-obra que se apresenta em campo.
O problema é que esse processo se dá enquanto ainda tentamos entender o que fazer com a manada branca erguida a nossas custas após a Copa. Ou seja, ainda falta mão-de-obra especializada em fazer estádio ser sinônimo de uma máquina de fazer dinheiro.
Nesse cenário, o Allianz Parque parece ser o modelo. Um estádio que o Palmeiras não precisou pagar para ter, e hoje fatura alto. Mas…
O modelo é capenga. A gestão entre WTorre e Palmeiras bate cabeça e deixa de fazer ainda mais receita com o estádio. A grana, na maioria das vezes, depende do bom momento do time de futebol para poder ser significativa.
A Arena MRV, empreitada do Atlético-MG, segue o mesmo modelo. Resta saber quem será o dono de fato.
Ter novos estádios é um bom caminho para aumentar receita e melhorar o espetáculo. Mas novo estádio com cabeça velha é a fórmula do fracasso.