Análise: Excesso de torneios e não falta deles é problema no futebol brasileiro

O volante Gabriel vinha sendo um dos destaques do Palmeiras no Brasileirão até romper o ligamento cruzado anterior em jogo contra o Atlético-PR. O número exagerado de jogos teria facilitado o aparecimento da lesão.

Duas semanas atrás, o Internacional teve atuação pífia diante do São Paulo, no Morumbi. Após o jogo, o técnico Argel culpou o calendário.

No dia seguinte, Sport e Santos se arrastavam em campo, em empate na Ilha do Retiro. Depois da partida, o técnico Dorival Júnior reclamou do excesso de partidas.

O calendário parece ser o grande vilão desta reta final do Brasileirão. E é.

O ano possui 52 semanas, 4 são de férias e 4 ficaram com a pré-temporada, uma reivindicação do Bom Senso FC finalmente atendida pelos cartolas.

Sobram 44 semanas para encaixar Estaduais, Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Copa Libertadores e Sul-Americana, além de amistosos da seleção e eventualmente torneios importantes ao longo do ano, como Copa do Mundo, Olimpíada, Copa América e eliminatórias da Copa.

Para dar conta de cumprir tudo isso, a CBF nem interrompeu o Brasileirão durante a última data Fifa, fazendo com que o lateral Jorge, do Flamengo, por exemplo, desembarcasse de amistoso da seleção olímpica em Paris direto para o jogo contra o Cruzeiro, no Maracanã. Afinal, ele tem só 19 anos, né?

Diante do caos instalado, o que os dirigentes fazem? Treze dos principais clubes do Brasil se unem para criar a Liga Sul-Minas, anabolizada pela presença da dupla Fla-Flu. Enquanto escrevia esse texto, provavelmente a Alemanha já fez mais um gol.

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