A caquética Fórmula 1 parece encontrar um rumo. A mais importante categoria do automobilismo colecionou erros de gestão graças ao chefão Bernie Ecclestone.
O dirigente ficou famoso por desprezar as mulheres. Questionado sobre os gastos de algumas equipes, foi sintético: “É o mesmo problema de mulheres e cartão de crédito.”
A manifestação misógina em um ambiente machista ajudou a afastar o público feminino dos autódromos. Qualquer liga esportiva está interessada hoje justamente em atraí-las. É com elas que está a possibilidade de expansão, já que o público masculino já bateu no teto.
Mas Ecclestone também voltava sua ira aos jovens. “Não há motivo para tentar atingir essas crianças porque elas não vão comprar nenhum produto. Prefiro atingir um rico de 70 anos”, declarou o dirigente, sem se atentar ao fato de que os garotos de hoje serão os consumidores de amanhã.
Com estratégias assim, a F-1 vinha derrapando. O interesse do público e a audiência na TV desabavam. No Brasil, as corridas deixaram de frequentar a TV aberta.
Com a chegada da Liberty Media, nova gestora da categoria, a F-1 volta a andar. Grupo empresarial fincado nos EUA, país que sabe trabalhar como ninguém o esporte como entretenimento, a companhia aponta saídas para a crise.
A primeira delas é promover ao menos duas etapas nos EUA. Por anos, a F-1 desprezou o maior mercado consumidor de esporte. A prioridade era atrair torcedores em outras partes do mundo para fugir da concorrência com categorias como a Nascar. Grave erro.
Outra saída é investir no digital. Hoje, a página da F-1 no Facebook tem menos seguidores do que a do Santos. Para uma categoria de alcance mundial, é um vexame. De volta à pista, a F-1 agora tem que correr contra o tempo.