Análise: Falta de conservadorismo do COI renova esporte

O Comitê Olímpico Internacional é responsável pelo mais tradicional evento esportivo do mundo. Seria impossível pensar no esporte como ele é hoje sem o desenvolvimento dos Jogos Olímpicos modernos ao longo dos últimos 121 anos. Por isso, não é fácil mudar o seu formato. Ainda assim, o COI não hesita em deixar o conservadorismo de lado.

As mudanças jamais serão unânimes. O basquete 3×3, por exemplo, é uma variação recente do tradicional esporte americano. O basquete regular está presente nos Jogos desde 1936 e é disputado em boa parte do mundo. Sua derivação vem das disputas de rua e ainda está longe de ter uma estrutura organizada de competições.

Pensar no basquete 3×3 nos Jogos Olímpicos e imaginar que modalidades consolidadas como o futsal permanecem fora é, no mínimo, estranho. Logo, as decisões do COI estão longe de agradar a todos. Ainda assim, o evento tem a ganhar com os desprendimentos da entidade.

Talvez o melhor exemplo seja o esforço para que o corpo de atletas esteja igualmente dividido entre homens e mulheres. Ter uma maioria masculina é desconexo com os movimentos atuais, simbolicamente agressivo e completamente anacrônico. É a típica imagem que corre contra qualquer menção aos “valores olímpicos”, aquela noção que faz dos Jogos um produto tão valioso.

Mas as mudanças vão além. Ir atrás do púbico jovem, por exemplo, é uma maneira de se perpetuar às novas gerações. Não é que o adolescente não vá aproveitar os 100 metros rasos, mas é que a imagem desprendida do conservadorismo irá manter os Jogos renovados a um novo público. É uma maneira de ter um evento descolado. 

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