A falta de sensibilidade e diálogo com patrocinadores é um fato recorrente e extremamente irritante no mercado esportivo brasileiro. E o modo mais fácil de enxergar essa desconsideração com o parceiro é a prática de fechar com duas empresas concorrentes, quase sempre com argumentos que beiram a infantilidade.
O caso Santos/Thinkseg é o mais recente, mas infelizmente não deverá ser o último a ser visto no mercado. Basta uma pesquisa simples para perceber que a presença da marca iria ferir o direito de exclusividade de segmento que possui a Caixa no clube paulista.
Ou a diretoria santista não enxergou dessa maneira, ou quis arriscar seu patrocínio máster com um novo aporte. E, pelo visto, não consultou seu parceiro antes de assinar o contrato. No fim, gerou desgaste em todos os lados.
O caso lembro a Prevent Senior no Allianz Parque. Na época, houve a justificativa que, por ter um público-alvo específico, a empresa não seria concorrente da Allianz. O negócio está vigente até hoje, mas houve sim um enorme incômodo por parte da seguradora que dá nome ao estádio.
O problema é que esse descaso invariavelmente gera uma desconfiança no mercado. Não há grande empresa que queira envolver sua empresa em polêmicas. Atritos com patrocinados jamais são vantajosos para uma marca.
Para uma empresa investir R$ 16 milhões em uma entidade esportiva, como a Caixa faz com o Santos, ela precisa ter o mínimo de confiança. Precisa saber que o investimento lhe trará mais soluções do que problemas. Caso contrário, ela investe seus milhões em qualquer outro ativo de comunicação. Ao menos nesse caso, concorrência certamente não irá faltar.