Análise: Falta de visão do gestor levou esporte olímpico à falência

A falência do esporte olímpico brasileiro pós-Jogos do Rio revela como o gestor esportivo nacional não soube aproveitar o evento para se preparar para não depender da verba estatal, especialmente aquelas entidades com largo histórico de existência.

A única exceção talvez seja o judô, que no último final de semana realizou o primeiro Super Desafio BRA, na sede do Bradesco. O banco é o principal patrocinador da CBJ e iniciou o projeto Tóquio-2020 sábado. A confederação é a única do país, entre as mais tradicionais, que não depende exclusivamente do apoio estatal, apesar de ter o aporte de empresas do segmento.

Nesta segunda-feira foi a vez de o vôlei anunciar a troca de fornecedor de material esportivo depois de quase 20 anos com a Olympikus. Foi a segunda novidade positiva pós-Rio do esporte olímpico.

O problema é que o modelo que o COB montou, desde os anos 90, fez do esporte olímpico um núcleo absolutamente dependente da verba estatal. Seja por meio da Lei Piva, da Lei de Incentivo ou dos patrocínios estatais, o esporte olímpico dependeu sempre da verba pública para existir.

A escolha do Rio como sede olímpica em 2009 fez com que a iniciativa privada voltasse seus olhos para o esporte olímpico como nunca antes.

Mas, da mesma forma, o projeto de governo era usar o Brasil do Esporte como porta-voz do novo país que, lá em 2009, encantava o mundo. E da mesma forma que entrou dinheiro privado como nunca, intensificou-se o investimento estatal sobremaneira.

O que fez a maioria dos esportes do país de 2009 para cá? Sentou em cima de verbas nunca antes vistas e, agora, volta a reclamar de falta de incentivo..

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