A ideia de parceria entre um patrocinador e um patrocinado ainda é bastante limitada no Brasil. Recentemente, a percepção de que as partes vivem em um cabo de guerra resultou em declarações desastrosas no futebol.
Leila Pereira, dona da Crefisa, e Neville Proa, dono da Viton 44, não tiveram nenhuma parcimônia para achincalhar seus times patrocinados. No fim, todos os lados perdem com o modo amador apresentado.
Em ambos os casos, há a concepção de que quem investe é, de certa forma, dono do negócio. Quando as coisas não andam nos conformes imaginados, há a insatisfação. Com um pouco menos de bom senso, há a insatisfação pública. Por outro lado, o clube tem uma enorme dificuldade de entender os anseios do patrocinador.
O problema é que a prática freia o mercado. Primeiro, claro, pelo dano de imagem gerado para todos os lados. Segundo, e mais perverso, pelo modo em que um patrocínio se mostra limitado no país.
O tal de senso de parceria é que permite que sejam fechados patrocínios das mais diversas frentes. Há um plano bem definido de troca entre, por exemplo, a Microsoft e o Real Madrid. O clube recebe um aparato tecnológico que o aproxima de seu torcedor no meio digital. A empresa ganha o contato direto com esse público e uma enorme plataforma para expor suas possibilidades no mundo corporativo.
No Brasil, normalmente sabe-se pouco sobre o que se quer com um patrocínio. Um melhor diálogo e uma melhor negociação poderia potencializar esse mercado, sem os papelões vistos recentemente.