Análise: Fidelização do público é diferencial da NBA

“Isso daqui é mais ou menos como visitar a Disney no mês de julho”. Ouvi essa frase enquanto esperava com meus filhos na fila de uma das atrações da NBA House neste final de semana. O relato mostra bem como a liga de basquete conseguiu, mesmo numa situação adversa, conquistar e cativar o torcedor. 

Um evento feito para famílias em que cada atração leva cerca de 20 minutos para conseguir ser acessada poderia ser um fracasso retumbante. Mas, a exemplo do que acontece no “mundo mágico” da Disney, o torcedor que compareceu à NBA House superou a adversidade da fila de espera e do acúmulo de pessoas pelo benefício de viver uma experiência diferente dentro do universo do basquete.

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A NBA House é um exemplo de como o esporte no Brasil precisa trabalhar melhor a fidelização do seu público. Já havia dito por aqui que o espaço precisa ser visitado por qualquer profissional do esporte. 

O americano sabe, como ninguém, como fidelizar o seu público. A NBA, ao promover sua casa no Brasil, traz para perto do torcedor um objeto de desejo, que é a experiência de acompanhar ao vivo um jogo que só temos acesso pela mídia.

Atividades para crianças, iniciativas para os pais, brincadeiras lúdicas com o esporte. Tudo isso gera nos torcedores um clima interessante de adoração à marca da NBA. Mas, para conseguir isso, a liga tem uma premissa básica de atuação, que é investir – e muito – em suas ações.

Gasta-se muito dinheiro para montar a NBA House. Uma estrutura móvel, que tem mais de uma centena de pessoas trabalhando diariamente para manter o espaço e fazer com que tudo ocorra bem para que as pessoas saiam de lá querendo voltar. 

O conceito de reinvestir o dinheiro que entra no próprio produto é algo que passa longe do esporte no Brasil. Por aqui, os organizadores tentam tirar lucro rápido de suas ações. Ou, então, pegam o dinheiro e investem unicamente no atleta.

Assim, continuamos sem saber quem é o público que consome o esporte e o que ele quer consumir. Enquanto enxergarmos ações para o público como fonte de despesa, não de investimento, seguiremos sem perceber como atrair e reter torcedores.

É preciso ter a humildade de aprendermos com o modelo americano de pensar o esporte. Foi isso, aliás, que fizeram a Uefa e a Premier League há cerca de 20 anos. Não por acaso, essas duas entidades são as que organizam atualmente as duas melhores competições de futebol do mundo. Vamos aprender com a NBA a fidelizar o fã.

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