Talvez na ganância de operar em novos ares, com países que “apostam” mais para sediar uma Copa do Mundo, a Fifa ignora o tamanho do prejuízo que pode amargar, tanto em sua imagem quanto em suas finanças.
Emirates e Sony já deixaram claro que existe um limite na tolerância aos escândalos propiciados pela Fifa. As marcas não têm mais associação à entidade e seus eventos. Certamente, nos próximos meses veremos o anúncio de seus substitutos, que devem ser encontrados com facilidade. Mas até quando?
Enquanto o assunto fica na esfera política, com compras de votos, ele pode até ficar em segundo plano. Mas o que acontece no Qatar não pode ficar em segundo plano de nada. Será que dá para o McDonald’s achar “bom que você veio” a uma infraestrutura construída com trabalho escravo? Será que a Coca-Cola achará que essa é também uma “Copa de todo mundo”?
Isso em um evento seguido à disputa nos gramados russos, talvez ainda sob o entrave da Ucrânia. Em Socchi, nos Jogos Olímpicos de Inverno, já houve uma enorme repercussão em torno da infame lei “anti-gay” do país. Quem investe no COI quer se associar a uma série de valores olímpicos; não me recordo de intolerância estar nessa lista.
Em tempo: no fim da última quarta-feira, a Fifa se pronunciou sobre a Copa no Qatar. A entidade disse acreditar que o Mundial será um “catalizador para a mudança social” do país e que a própria Fifa deu início a discussões sobre direitos trabalhistas.
Pelo menos, não ignorou o assunto.