Análise: Flamengo entrou em polêmica desnecessária com camisa

Não dá para negar que a ação de lançamento do novo uniforme do Flamengo foi bem orquestrada na busca por visibilidade. O modelo, um dos mais bonitos a chegar no mercado nos últimos anos, foi assunto em todos os debates esportivos na última segunda-feira.

O problema é ter virado pauta pelo motivo errado. Pouco ou nada se falou sobre o design da peça, mas sobre a polêmica gerada pelo uso de um apelido pejorativo – Framengo, assim com R mesmo – na divulgação da camisa.  A cereja do bolo foi a publicação do vídeo no canal Desimpedidos, cujo sócio é o vice-presidente de comunicação do clube, Antonio Tabet, o Kibe Loco.

Em comunicado, o clube se eximiu de culpa pelo material, atribuindo a responsabilidade à Adidas e aos proprietários do espaço no YouTube. O desconforto, principalmente pelo envolvimento – indireto ou não – de Tabet, é absolutamente desnecessário.

A dificuldade para conciliar funções tão díspares por parte do humorista já tinha sido levantada neste espaço na época da sua contratação, em agosto do ano passado. O questionamento transcendeu sua capacidade para desempenhar tal trabalho. Publicitário, Tabet atua na sua área de formação.

A questão sempre foi a sua disponibilidade para o cargo e as interrogações éticas que o pé fincado no humor poderia acarretar. O Flamengo privilegiou a mídia em detrimento do mercado ao contratá-lo e, neste ponto, alcançou seu objetivo. E deveria saber que este tipo de tormenta, que nada acrescenta ao clube, estaria no roteiro.

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