O assunto já foi capa deste Boletim há alguns meses. Para as Olimpíadas, a aposta deveria ser Cesar Cielo. Maior nadador da história do país, rosto conhecido, boas chances de ser bem-sucedido no Rio, ele era investimento certo como Neymar-2014.
O que acontece agora que Cielo não ficou com a vaga no Rio-2016?
O ocaso do nadador brasileiro é mais uma prova de como é complexo trabalhar o patrocínio a atletas. Ainda mais num país como o Brasil, em que os astros da televisão são rostos mais familiares às pessoas, a aposta em atletas é quase sempre uma jogada de risco para a marca. Mesmo Cielo, que aparentemente era um investimento certeiro, deu para trás na hora mais importante. A ausência do maior ícone da natação pode vir a ser superada caso ele feche contrato-relâmpago com alguma emissora como comentarista.
Cielo vai sumir da mídia na hora em que as marcas mais precisavam dessa exposição. Pior, as campanhas que traziam o atleta como estrela terão de ser, pelo menos, repensadas. Investir em atleta é muito complexo. Apesar de a relação não ser só para os momentos de alegria, é muito importante que o atleta tenha alto desempenho para justificar o investimento feito pela marca.
Cielo era a aposta certeira por unir a alta performance com o rosto mais familiar do torcedor brasileiro. Mas até ele representa um risco.
O endosso a atletas é uma relação muito complexa para as marcas. Não por acaso, quase só empresas que vivem do esporte apostam num garoto-propaganda. Às demais, o risco a se correr é muito grande.