Camelô assassinato por defender travesti no metrô. Chacina em festa de Réveillon. Decapitação de presos. 2016 terminou e 2017 teve início com notícias terríveis, mostrando que o culpado pelos acontecimentos não era um ano que acabava, mas o ódio sem fim na sociedade brasileira.
Felizmente há notícias mais agradáveis. A quinta edição da pesquisa promovida pelo UOL com os jogadores brasileiros mostrou que o gramado pode dar bons exemplos às arquibancadas.
Questionados sobre como reagiriam ao fato de ter um colega gay na equipe, 90,67% dos atletas responderam não haver problema com isso. Ou seja, nove em cada dez jogadores encaram os colegas homossexuais no vestiário com normalidade. Nenhum jogador, com ideias políticas e religiosas diversas, disse ter preconceito caso alguém de seu elenco tenha relação homoafetiva.
Quando a pergunta é se o futebol é machista, a realidade é diversa. 46,61% dos jogadores admitem que o machismo ainda impera. Em quase empate técnico, 41,52% acreditam que isso mudou. No entanto, parte dos que disseram sim à pergunta discorda das práticas atuais.
“A cultura de 100 anos é difícil de mudar”, escreveu um. “Há pouca desconstrução de gênero, embora este tipo de cena tenha diminuído”, filosofou outro. Alguns, porém, concordam com essa visão. “Mulher só atrapalha neste ambiente.”
Até nessa questão a pesquisa demonstra que há tendência positiva de mudança. Seria bastante saudável que a tolerância do mundo da bola contaminasse os torcedores.