Análise: Futebol não preserva a imagem do ídolo

Presenciei nesta segunda-feira cenas que mostram a importância do alto rendimento para desenvolver a base do esporte. A presença de Rafael Silva, o Baby, na aula para 200 alunos de um projeto social que atende mais de 700 jovens no Centro Panamericano de Judô foi suficiente para motivar os meninos a continuarem a sonhar em, um dia, tentar ser um atleta olímpico.
Depois, em bate-papo com Baby, ele revelou as dificuldades de enfrentar a grande – e maldosa – peneira que é o esporte de alto rendimento. Abandonar a família, treinar seis dias por semana em dois períodos, viajar para competir, estudar adversários… Não é para qualquer um ser um profissional.
Mas como manter a chama acesa? 
A resposta passa, necessariamente, pela atitude do atleta. O ídolo tem de saber preservar a sua imagem. E o empregador desse ídolo, também.
No domingo, Gabriel, volante reserva do Corinthians, protagonizou uma cena lamentável no jogo contra o São Paulo ao mostrar a genitália para a torcida rival após o empate do seu time. 
No dia seguinte, o clube, em vez de condenar seu atleta, deu um recado claro à torcida de que apoia atitudes do gênero, ao ironizar a deplorável ideia do São Paulo de produzir um dossiê apontando erros de arbitragem contra o clube na partida de domingo.
Gabriel não foi o primeiro atleta a denegrir a própria imagem e a do clube para o qual trabalha ao ofender a torcida rival. Assim como o Corinthians não será o primeiro a não cobrar atitude mais digna de seu funcionário.
Por isso, é legal ver a vontade de Baby em dedicar um dia todo a crianças de um projeto social da CBJ. Preservar a imagem do ídolo é vital para o esporte. O futebol joga fora essa chance.
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