Análise: Futebol precisa definir melhor os responsáveis por segurança

Corinthians e Vasco foram as últimas vítimas das punições do STJD após distintas violações de regras de seus torcedores. E os presidentes das duas equipes usaram o mesmo argumento para defenderem seus clubes: eles não podem ser responsáveis por algo que não organizam. O que parece absolutamente óbvio.

A questão é simples: os clubes não podem organizar a segurança do estádio; somente a Polícia Militar tem esse direito. O Corinthians, punido por uso de sinalizadores em sua Arena, não pode realizar a revista de seus torcedores. O Vasco, por sua vez, alega que uma situação contornável saiu do controle por falhas do Gepe, o órgão carioca da PM responsável pela segurança em jogos de futebol.

Em qualquer lugar mais civilizado, o lugar de polícia não é dentro do estádio. A questão é simples: esses são profissionais preparados para qualquer coisa, menos um evento esportivo. O fato de um torcedor ter sido morto por um disparo de arma que, segundo o jornal “O Globo”, foi feito por um policial em São Januário é a maior prova de a atuação desse órgão tem sido desastrosa.

Caso os clubes se tornassem responsáveis pela segurança, com o auxílio da polícia apenas em casos de emergência, eles teriam um peso muito maior em fazer das arenas um local mais seguro. Isso desoneraria o poder público e colocaria a PM de volta a postos que exigem maior urgência.

Atualmente, o futebol está empacado nessa questão. A verdade é que as punições coletivas não coíbem qualquer tipo de ato hostil, enfraquecem os clubes financeiramente e ainda mancha a imagem do futebol nacional. Não há, hoje, nenhuma indicação de que as cenas de São Januário não irão se repetir em breve.  

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