Análise: Futebol precisa mudar o básico para crescer

O Campeonato Paulista, com alguma sobra o melhor estadual do Brasil, é uma excelente amostra de como o futebol brasileiro ignora o mais importante: o produto a ser vendido. É muito difícil vender para torcedores e patrocinadores um campeonato com tão poucas atrações, tão porcamente organizado.

Neste fim de semana, houve dois exemplos claros dessa situação.

Primeiramente, acabou a maratona corintiana. O time jogou quatro vezes em oito dias pelo torneio, o que desrespeita em muito a regra das 72 horas entre partidas. No meio da semana, teve jogo na terça e na quinta na Arena Corinthians, ambos em um horário pouco amigável, às 19h30. Em campo, o time venceu todos os confrontos, o que, nessa situação, só revela o baixíssimo nível técnico da competição.

Outro bom exemplo foi o jogo Red Bull x Palmeiras. Havia atrações para crianças, teve show no intervalo e até mascote animada. Mas a empresa de energéticos, por razões terceiras, teve de limitar a venda de ingressos a sete mil pessoas!

Soma-se a isso um regulamento peculiar, que pouco valoriza os resultados obtidos em campo e produzirá aberrações nas quartas de final.

Mas a imagem do fim de semana foi o São Paulo. Com time reserva, disputou um jogo sem valor. Nas arquibancadas, 5.555 torcedores e menos de R$ 130 mil no caixa. A expectativa, claro, é a partida contra o San Lorenzo pela Libertadores, na quarta-feira.

O drama é que, dentro do negócio do esporte, organizar um torneio honesto parece ser a parte mais simples do processo. E por aqui, não se chega nem próximo disso.

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