Análise: Gastança traz problemas (e não soluções) ao esporte

Nesta terça-feira (dia 8), em 2008, acontecia a abertura da Olimpíada de Pequim. Nove anos depois, a história mais espetacular do esporte foi a contratação de Neymar pelo PSG.

O que uma coisa tem a ver com a outra? Muito.

Quem esteve em Pequim 2008 aponta o evento como o mais espetacular da história. Houve um investimento maciço de US$ 43 bilhões (quase o triplo do que foi gasto em Atenas 2004) para a construção de uma infraestrutura invejável.

O conjunto de edificações passava pela sofisticada Vila Olímpica, pelo conjunto residencial com torres de quase 40 andares na Vila da Mídia e desaguava nas duas arenas mais icônicas do evento: o Cubo D’Água e o Ninho do Pássaro. Por uma confluência dos astros, foi ali que Michael Phelps e Usain Bolt, escreveram as passagens mais brilhantes de suas carreiras.

Pequim 2008, porém, gerou um nível de exigência difícil de atender. Sochi 2014 gastou ainda mais: US$ 50 bilhões. Potências olímpicas, de esportes de verão ou inverno, como Noruega, Suécia, Suíça, Alemanha e Itália, desistiram de candidaturas a sede nos anos seguintes.

Na última sexta, o PSG anunciou Neymar. De novo o que chamou a atenção foi o montante envolvido. Na maior transação da história, o clube pagou R$ 818,5 milhões pelo brasileiro.

A transação mostra que um novo patamar econômico foi atingido pelo futebol (assim como ocorreu com a Olimpíada). Embora possa ser punido pelo fair play financeiro, o PSG revela que a nova configuração esportiva do mundo da bola concentra ainda mais o dinheiro nas mãos de poucos times. Isso afeta diretamente a competitividade dos torneios, algo que será prejudicial ao negócio do futebol como um todo.

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