Análise: Globo precisa saber impor seus direitos sobre os clubes

O São Paulo marcou a despedida de Rogério Ceni em dezembro, após o término da temporada. E, para transmitir a comemoração do goleiro com ex-jogadores do time paulista, a Fox Sports fechou com o clube. Ou seja, a Globo ficará fora do evento.

Isso não faz sentido para quem é dona do espetáculo. Hoje, a emissora é responsável por cerca de um terço do faturamento do São Paulo, assim como da maior parte dos clubes brasileiros. Como principal acionista do negócio, não poderia abrir mão de benefícios.

Isso vale, sim, para amistosos em período de baixa no futebol. Neste ano, já houve casos parecidos, como um jogo do Palmeiras exclusivo para a Espn. Houve, verdade, exceções, como as partidas do Corinthians na Flórida ou do Flamengo em Manaus.

A prioridade dessas partidas, no entanto, não deveria ser discutível. Os clubes tinham obrigação de dar maior atenção ao seu principal parceiro quando produz novos produtos. E a emissora deveria exigir isso.

Na verdade, hoje a Globo paga a conta, exibe as partidas, mas é tratada como mais uma na engrenagem do futebol. Não há, por exemplo, preferência para entrevistas em campo ou conteúdo exclusivo. O senso de parceria, como um patrocinador qualquer, é inexistente.

Atualmente, a Globo aparece para dar as cartas unicamente quando o assunto é transmissão. E, normalmente, em áreas que não deveria existir espaço para negociação, como a exigência de jogos no esdrúxulo horário das 22 horas. 

Com a mudança de comando nas negociações de contrato, um acordo mais amigável para ambos os lados deveria ser prioridade. 

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