É perfeitamente compreensível o lado das equipes menores na negociação com a Esporte Interativo: proposta financeira relevante e possibilidade de protagonismo em um canal ascendente. Mas, quando se fala nos grandes clubes, em especial o Internacional e o Santos, a matemática não é tão simples.
Ao conversar com os dirigentes desses clubes, há uma lógica simples: televisão fechada faz pouca diferença na visibilidade das marcas, então quem pagar mais leva.
O problema é que essa lógica pode fazer sentido neste momento, mas não necessariamente será válida em 2024. Apesar da retração recente do mercado de televisão paga, a tendência dos últimos anos apontou para um crescimento significante no segmento. E, com a recessão de lado, a tendência é de retomada.
Nos principais mercados do mundo, esporte e televisão fechada se mesclam no protagonismo. Não há por que no Brasil ser diferente.
É claro que, se hoje a Esporte Interativo não tem o mesmo alcance da Sportv, em 2019, com a força da Turner, esse cenário poderá ser bem diferente. Mas essa é uma aposta arriscada para times grandes.
Além disso, no cenário atual, a exibição do Gre-Nal ou de Corinthians x Santos, os jogos de maior alcance dos dois times da EI, está fadado ao gosto da Globo. Se a emissora carioca assim optar, as partidas ficarão limitadas ao pay per view.
Por fim, há a questão do posicionamento. Ficou uma clara divisão entre o grupo dos grandes clubes e o grupo dos clubes emergentes. Ficar no lado errado pode ser uma furada.
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