Análise: A história de uma fraude olímpica

Há pouco mais de um mês destaquei o lançamento do livro “Atletas Olímpicos Brasileiros”, da professora da USP Katia Rubio. A obra conta a história de cada um dos atletas que se classificaram para defender o Brasil em uma edição dos Jogos Olímpicos.

Sem dúvida é um livro de referência para quem for pesquisar a história das participações olímpicas do Brasil. Ao ler o material, encontrei alguns pequenos lapsos, comuns ao lidar com tal volume de informações.

A obra tenta abarcar todo o universo olímpico do Brasil. Nela cabem inclusive os atletas que, mesmo classificados, não puderam competir por causa de lesão. Ou aqueles que, reservas, não tiveram a chance de entrar em quadra, pular na piscina ou correr na pista.

Anteontem, Daniel Brito, blogueiro do UOL, reproduzindo texto da pesquisadora, contou que houve uma fraude nas histórias relatadas na obra. Uma atleta, que tinha afirmado ter competido na Olimpíada, na verdade nunca havia se classificado. Em outras palavras, os 1.796 atletas biografados na verdade são 1.795.

Surgiu a curiosidade, entre atletas e jornalistas, sobre quem seria tal personagem mitômana. Seu nome acabou revelado pelo advogado Alberto Murray, neto de Sylvio de Magalhães Padilha, esse sim, ex-atleta olímpico. Tratava-se da diretora cultural do COB, Christiane Paquelet.

Curioso que a pessoa que tem por função preservar a memória olímpica do país e possua acesso fácil a todos os arquivos do comitê brasileiro tenha forjado para si uma história de heroísmo. Da qual nunca participou.

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