O imbróglio em que se envolveu a WTorre, administradora do Allianz Parque, com a Ambev tem tudo para ir parar na Justiça.
A multinacional de bebidas quer assegurar um direito comercial adquirido quando a Antarctica, hoje uma de suas marcas, vendeu o terreno do antigo Parque Antarctica ao Palmeiras. Em troca, a empresa ganhou uma compensação financeira e a exclusividade na venda de bebidas no espaço.
Para fundamentar sua reivindicação, a Ambev utilizou uma escritura de 1920. O Palmeiras, quando assinou contrato com a construtora para a demolição do antigo estádio, não se atentou ao problema. Sem esse item no contrato, a WTorre, que acumula dívidas com o estádio, vendeu o direito para a Itaipava.
A Ambev, por sua vez, não se preocupou em assegurar seu direito até se atentar à iminente liberação de cerveja nos estádios.
Por conta da boa experiência com a Copa do Mundo de 2014, quando houve uma liberação temporária apenas para o Mundial, começou a cair a proibição pelo Brasil. Leis desse tipo já foram aprovadas em Pernambuco, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em São Paulo, que vetou cerveja nos estádios no início dos anos 2000, há um projeto de liberação tramitando na Câmara.
No Allianz Parque, isso se reflete na WTorre alegando que o espaço antigo sofreu transformações profundas, caducando o antigo contrato. Já a Ambev agora quer assegurar seu antigo direito. Questão comercial complexa. Qualquer cervejaria que vença a disputa, é a construtora quem irá assumir novo prejuízo.