Análise: Imune à crise, Barcelona vive em ‘redoma’ na Espanha

Com planejamento a longo prazo, o campeão espanhol Barcelona já projeta um aumento de arrecadação considerável nos próximos cinco anos. A meta é atingir quase R$ 2,6 bilhões, um incremento de mais de 36% em relação à temporada 2013/2014. Um plano ambicioso em relação a um país que dá os primeiros sinais de recuperação econômica, mas ainda ostenta uma taxa de desemprego de 24%.

Entre os principais planos do time da Catalunha está a obtenção de contratos mais vantajosos com o fornecedor de material esportivo e o patrocinador máster. Os compromissos atuais com Nike e Qatar Airways se tornaram modestos, especialmente após os novos acordos do Manchester United com Adidas (que estreia em agosto na camisa do clube) e Chevrolet. Estudo encomendado pelo Barcelona apontou que sua camisa valeria até € 50 milhões por temporada. Já a Qatar Airways chegou a oferecer um aumento de 100% para renovar (o contrato termina em 2016).

Com a perspectiva de que o novo contrato de TV do Campeonato Espanhol faça distribuição mais igualitária de verba entre os clubes, o Barcelona já busca fontes alternativas de receita. A ideia é atrair mais patrocínios regionais. Hoje, esse tipo de acordo representa só 10% das receitas. A pretensão é ao menos dobrar essa participação.

As reformas para a modernização do Nou Camp ainda nem começaram, mas a intenção é quitar a despesa, de € 600 milhões, daqui dez anos. O uso de nomes midiáticos como Messi e Neymar e a perspectiva de continuar ganhando títulos na Espanha e na Europa são o cartão de visitas ideal para atrair investidores para pagar essa conta.

A projeção de crescimento econômico de 2,8% para a Espanha em 2015 pode ser um alento ao país. Imune às crises, o Barcelona, porém, parecem viver realidade paralela no país. 

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