Análise: Inclusão tem de ser aprendida com Paralimpíada

“Onde você comprou o Tom?”. A pergunta foi feita mais de uma vez para mim nos dias em que estive com meus filhos no Rio 2016. Ir às competições com as duas mascotes era um dos programas preferidos deles.

Até quem não estava com criança vinha atrás da gente para saber onde era possível encontrar o Tom, mascote das Paralimpíadas que não dava as caras nas lojas oficiais durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro.

Na semana seguinte do término dos Jogos Olímpicos, no mesmo Rio, lá estava o Tom, com sua cabeleira, embelezando lojas oficiais do Rio 2016…

A exclusão da mascote paralímpico da loja oficial dos Jogos é a mais perfeita tradução de como temos dificuldades para sermos inclusivos com os deficientes em nossa sociedade.

Até mesmo o comportamento das marcas mostra isso. Se tivemos mais de 40 marcas olímpicas, houve uma redução brusca para as Paralimpíadas. Nas ações de ativação, apenas Bradesco e Nissan seguem o roteiro montado para o Rio 2016 em setembro.

Pelos próximos onze dias, teremos no Rio histórias de superação fantásticas, provas de que a capacidade humana de se adaptar a condições adversas é fenomenal, feitos extraordinários.

Mas o que as Paralimpíadas mais podem ensinar é que não deveria haver barreiras para incluir o deficiente na sociedade. A venda distinta da mascote dos Jogos prova como é difícil entendermos isso. Temos onze dias para olharmos sem preconceito para isso.

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