Noticiamos ontem por aqui iniciativa de países asiáticos em promover um torneio com os principais nomes do tênis mundial. Um evento que custa caro para acontecer, mas que por isso mesmo pode gerar frutos.
Desde que descobrimos a pauta, fiquei pensando no que impediria o Brasil de realizar algo parecido com o que está sendo feito lá na Ásia.
O principal entrave, é claro, é o alto valor a ser pago para um evento desse tipo. Cada cidade-sede botou R$ 50 milhões para ter os atletas.
Investimento público em um torneio de exibição é um tema mais do que polêmico por aqui e, atualmente, praticamente difícil de acontecer.
Mas, ao fazer uma competição com os grandes nomes mundiais do tênis, atuais e passados, a organização atraiu público, mídia e, naturalmente, patrocinadores. Para alcançar isso, porém, foi preciso empreender. Em fazer um projeto grandioso e entregá-lo ao público – a faixa com “obrigado por virem a Filipinas” é a melhor tradução do feito alcançado.
Talvez aí esteja o grande problema da indústria brasileira. Falta coragem para o empreendedorismo, especialmente nos grandes eventos.
Só que o problema não são só organizadores. É a indústria toda. Que patrocinador “paga para ver” antes de um primeiro evento? Que mídia exibe o torneio sem esperar alto índice de audiência na primeira edição? Sem estímulo da indústria, quase nunca há uma segunda vez.
Todo projeto leva tempo para vingar. Com o esporte, não é diferente.