Análise: Instituto é único a se apropriar do ‘fator casa’ no Rio

Em 2012, a British Airways, patrocinadora dos Jogos Olímpicos de Londres, fez uma campanha voltada para o evento que era simples, mas genial. Como as pesquisas de opinião relacionada aos Jogos indicavam que o londrino queria ficar longe da cidade durante o evento, a companhia aérea criou uma ação em que pedia ao torcedor para não voar de avião e ficar para torcer pelo país.

O resultado foi espetacular. Além de engajar o torcedor como poucas marcas conseguiram no bombardeio de campanhas publicitárias, a British ganhou a simpatia do público local ao se tornar menos comercial e mais emocional na campanha.

A 53 dias dos Jogos, nenhuma empresa teve a mesma coragem em sua comunicação. Praticamente ninguém pensou em explorar o fator casa para a primeira edição dos Jogos no Rio de Janeiro. Coube ao Instituto Ayrton Senna encontrar um meio de se apropriar disso para transmitir a mensagem ao público.

É natural que, pelo momento delicado vivido pelo país na política, as marcas tenham receio de valorizar o país na comunicação. O humor do brasileiro não é de valorização da pátria em meio a tantos desvios, de dinheiro e de conduta ética e moral.

Mas o IAS entrou na única seara que é sagrada quando se fala em Olimpíada, que é a pureza do atleta que representa seu país. Uma mensagem de Senna ao atleta brasileiro capta a nostalgia que o público tem de um ídolo que já morreu e projeta esperança para potenciais ídolos.

O IAS teve uma das melhores sacadas de marketing do Rio até agora. Onde estão as marcas?

Sair da versão mobile